Meu caixão
Em gélida arca retangular
junto cinzas, ossos e dores
enterro aqui falsos amores
estrelas observo, uma a uma a contar.
Eis que uma centelha de vida,
desavisada, no caixão inda brilha
Na face do crânio que jaz sorrindo
abarca a morte e seu funesto destino!
Apodreci num caixão modesto
Onde não cabem nem Musas nem Mundo
lar eterno dos meus restos
sepultura do meu sono profundo!
Postado em 28/06/2013 (escrito na madrugada do dia 10/05/2013. Ler "O caixão fantástico", de Augusto dos Anjos). Nicolas Peixoto.
Uma das suas melhores criações!
ResponderExcluirPenso que poucos,raros poderão compreender (infelizmente) mas, com certeza quem já leu alguma coisa de Augusto dos Anjos,ou mais ainda, o poema que você indica,("O caixão fantástico)conseguirá ter noção do quanto é belo e profundo o seu poema," Meu Caixão" e do seu talento inato!Parabéns!